"I never really had a problem
..because of leaving.
..But everything reminds me of her
..this evening"
Elliott Smith
Dizem os psicólogos entendidos no assunto, que uma separação só deixa de incomodar ao fim de um ano. Dizem os psicólogos entendidos no assunto, que durante esse primeiro ano são frequentes os ataques de saudade, memórias a espreitar à janela, recordações de carinho e de gestos que marcaram. Dizem que sim, que é natural pensarmos que estamos bem, que já passou e que não nos vamos deixar ir abaixo. Mas vamos abaixo. E que repetirmos isso a nós próprios de cada vez que temos uma recaída, também é normal. E repetimos. As imagens que guardamos no coração, aquele sorriso, aquele olhar,... tudo o que se foi acumulando ao longo do tempo, tudo o que foi construíndo a relação, todas aquelas pequeninas coisas que contam, que nos fazem querer estar com alguém, todas as emoções vividas, os momentos de ternura, as ocasiões especiais, as tardes, as noites, as manhãs, ... aquele abraço que abarca o mundo inteiro, os olhos que nos revelavam os segredos do Universo, os cheiros, as manias, os gostos e os medos e os sonhos e as fobias... Tudo o que era NOSSO, tudo, tudo, tudo isso nos aflora o pensamento em momentos imprevisíveis. E os psicólogos dizem que sim, que é natural, que durante um ano essas recordações vão surgindo aqui e ali, assaltando de emboscada, mas que acabam por se ir desvanecendo lentamente, lentamente...
Deixamos velhos hábitos como roupa amarrotada numa cadeira. Queremos sacudir a poeira. E avançamos pela vida à procura de algo, qualquer coisa que seja uma lufada de ar fresco. Conhecemos gente nova, vivem-se experiências novas, e de repente parece que já esqueceu. E quando menos se espera, uma foto mal escondida vem reacender velhos sentimentos (que não serão tão velhos assim). Uma conversa que puxe a uma memória, os cacos varridos para debaixo do tapete começam a aparecer e... "Pronto, que se há-de fazer? Ainda não esqueci."
Entendo agora que a paixão maior duma qualquer existência leva tempo a ser esquecida; que é normal sentir o vazio que fica e o desgosto; que é natural ter saudade e matutar nos porquês. Um ano, mais ou menos, é o que dizem os entendidos. Isso quer dizer que sou uma pessoa normal.
Nunca me senti tão infeliz por saber que sou uma pessoa normal...
(Estou no segundo semestre de tratamento. Em breve estarei curado.)
..because of leaving.
..But everything reminds me of her
..this evening"
Elliott Smith
Dizem os psicólogos entendidos no assunto, que uma separação só deixa de incomodar ao fim de um ano. Dizem os psicólogos entendidos no assunto, que durante esse primeiro ano são frequentes os ataques de saudade, memórias a espreitar à janela, recordações de carinho e de gestos que marcaram. Dizem que sim, que é natural pensarmos que estamos bem, que já passou e que não nos vamos deixar ir abaixo. Mas vamos abaixo. E que repetirmos isso a nós próprios de cada vez que temos uma recaída, também é normal. E repetimos. As imagens que guardamos no coração, aquele sorriso, aquele olhar,... tudo o que se foi acumulando ao longo do tempo, tudo o que foi construíndo a relação, todas aquelas pequeninas coisas que contam, que nos fazem querer estar com alguém, todas as emoções vividas, os momentos de ternura, as ocasiões especiais, as tardes, as noites, as manhãs, ... aquele abraço que abarca o mundo inteiro, os olhos que nos revelavam os segredos do Universo, os cheiros, as manias, os gostos e os medos e os sonhos e as fobias... Tudo o que era NOSSO, tudo, tudo, tudo isso nos aflora o pensamento em momentos imprevisíveis. E os psicólogos dizem que sim, que é natural, que durante um ano essas recordações vão surgindo aqui e ali, assaltando de emboscada, mas que acabam por se ir desvanecendo lentamente, lentamente...
Deixamos velhos hábitos como roupa amarrotada numa cadeira. Queremos sacudir a poeira. E avançamos pela vida à procura de algo, qualquer coisa que seja uma lufada de ar fresco. Conhecemos gente nova, vivem-se experiências novas, e de repente parece que já esqueceu. E quando menos se espera, uma foto mal escondida vem reacender velhos sentimentos (que não serão tão velhos assim). Uma conversa que puxe a uma memória, os cacos varridos para debaixo do tapete começam a aparecer e... "Pronto, que se há-de fazer? Ainda não esqueci."
Entendo agora que a paixão maior duma qualquer existência leva tempo a ser esquecida; que é normal sentir o vazio que fica e o desgosto; que é natural ter saudade e matutar nos porquês. Um ano, mais ou menos, é o que dizem os entendidos. Isso quer dizer que sou uma pessoa normal.
Nunca me senti tão infeliz por saber que sou uma pessoa normal...
(Estou no segundo semestre de tratamento. Em breve estarei curado.)
4 Comments:
At 9:40 da tarde, Xixao said…
Isso passa.Tu vais lá,força!
At 10:23 da manhã, Miguel Camões said…
Às vezes morre-se do remédio... Se me quiseres ajudar na terapia, morro com prazer ;)
E sim, isto passa. Mais lentamente do que se espera, mas passa mesmo!
(agradeço a Força. Já andei no Dark Side, mas agora estou no lado bom da Força :) ).
At 11:18 da tarde, 2maria said…
Time moves mountains, they say...:)
At 12:17 da manhã, Anónimo said…
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