AlmArdente

De tudo se fala do que possa habitar uma qualquer alma humana. Os amores e desamores, as artes e os vícios, os prazeres e as dores. Intensas banalidades, para miúdos e graúdos.

quarta-feira, abril 12, 2006

VYNIL

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Tenho um gosto especial pelos discos de vynil. Tanto, que ainda hoje, numa época em que até os cd's estão a ceder o lugar aos leitores de mp3, ainda há cá por casa dois gira-discos que tocam frequentemente.
Sou daqueles que tem agora 30 anos. Da geração que passou a infância nos anos 80 ao som de Dire Straits, Pink Floyd, Abba, Queen, Iron Maiden, Scorpions, Roberto Carlos, Julio Iglesias, Europe, Carlos Paião, a Maria Armanda que viu um sapo e a Suzy Paula com o seu camelo Areias. E todos estes artistas se alojavam lá em casa sob a forma de magníficos discos de vynil preto e reluzente, essas belezas que se veneravam e eram religiosamente guardadas por causa do pó e dos riscos.
Mais tarde apareceram os cd's, essas bolachas metalizadas que destronaram o vynil. Um cd era mais prático, mais fácil de transportar de festa para festa e até se ouvia no leitor portátil!
Passei então a consumir cd's. Muito mais, a partir do momento em que qualquer pessoa os podia gravar, aumentando brutalmente a fonoteca privada.
Mas os anos passam, a criança cresce e o carácter vai solidificando. Cada um de nós tende a buscar o que realmente preenche a sua verdadeira essência, e assim me virei novamente para os discos de vynil.
Procuro-os em feiras e nas lojas da especialidade, principalmente em Londres, onde se encontram raridades a bom preço. E aos poucos vou fazendo a minha colecção. Depois, na hora de os tocar, cumpre-se o ritual: Ligar o gira-discos, retirar o disco do envelope e confirmar que não tem pó. Colocar o disco no prato com carinho. Levantar gentilmente o braço e descê-lo até a agulha tocar ao de leve o vynil, como quem beija de mansinho. Já está - ouvir com prazer.

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