AlmArdente

De tudo se fala do que possa habitar uma qualquer alma humana. Os amores e desamores, as artes e os vícios, os prazeres e as dores. Intensas banalidades, para miúdos e graúdos.

domingo, janeiro 06, 2008

É bastante fácil apaixonarmo-nos pela tal. Sucumbirmos àquela que ofusca todas as outras e que nos faz ter vontade de lhe dedicar todos os momentos das nossas vidas. A perfeição geométrica, a beleza daquelas linhas sedutoras e hipnotizantes... Mais ou menos apetrechadas, usando mais ou menos artifícios, mais ou menos carregadas de adornos e bugigangas.
Umas mais moles, mais suaves e dóceis. Outras mais ríspidas e duras. Pesadas e grandes, lentas, ou esbeltas e ágeis. Há-as para todos os gostos e feitios.
Uns gostam delas mais simples, menos espampanantes e mais discretas. Outros preferem-nas cheias de brilho e ornamentos, a dar nas vistas. Seja como for, cada um de nós é feliz com a sua. Tratamo-las bem, damos-lhes mimos e outras mariquices em privado, que contrastam com a forma rude como por vezes as tratamos em público, no meio da rapaziada - para que vejam como somos gajos tesos! Mas também é verdade que gostamos de deitar o olho às dos outros. Por muito amor que tenhamos à nossa, a tentação de pôr as mãos nas outras e de experimentar sensações diferentes, é uma constante. A luta interior consome-nos à medida que o tempo passa e começamos a pensar se estamos bem assim, se esta que temos é realmente o que queremos e se não vamos ter desejos obssessivos de cada vez que nos embeiçamos por outras. É realmente complicado...
Todo o ciclista é humano! E o mundo das bicicletas é muito vasto.
Por agora estou bem com a minha Cannondale. Até onde irá esta fidelidade?