AlmArdente

De tudo se fala do que possa habitar uma qualquer alma humana. Os amores e desamores, as artes e os vícios, os prazeres e as dores. Intensas banalidades, para miúdos e graúdos.

segunda-feira, junho 18, 2007

Dói-me a alma sempre que vejo casas decrépitas, em ruínas, num estado de abandono desleixado. Não há cidade, vila ou aldeia deste país, que não tenha o seu quinhão de abandono. Mas se em alguns casos mais vale deixar ruír, na maioria das vezes é uma pena que não se recuperem certos edifícios. Lisboa é um caso urgente. Tem prédios inteiros a envelhecer, alguns em risco de ruína, sem que alguém lhes deite a mão. Uns sem particular interesse arquitectónico, mas outros que são verdadeiras pérolas.
E se a recuperação destas casas velhas é para mim uma paixão antiga, esta actividade assume cada vez mais uma importância crucial no urbanismo moderno. Não se pode continuar a semear betão por tudo o que é arredor. O mercado da construção civil está numa fase crítica: as obras públicas estão estagnadas e há excesso de oferta na habitação. E as empresas construtoras continuam a fazer o mesmo de sempre: construír, construír, construír! Prédios! (e algumas vivendas)
Não é esse o caminho acertado, e já estamos atrasados em matéria de planeamento urbano.
No resto da Europa vão-se recuperando os centros das cidades; por cá vamos deixando apodrecer.
Mas como se costuma dizer: "Em terra de cego...". E foi isso que uma empresa espanhola fez. Comprou umas dezenas de prédios devolutos bem no centro de Lisboa, para poder transformar em habitação de luxo. Enquanto isso, as nossas empresas continuam a apostar no crescimento dos arrabaldes... Patético!
Vejam-se os seguintes sites para se ter uma ideia do que se passa em Lisboa.
Casas abandonadas aqui
Casas renovadas aqui

2 Comments:

  • At 2:47 da tarde, Blogger Branca said…

    é provavel que não acredites, mas tentei comentar este post por duas vezes... a primeira, enquanto escrevia, instalava um programa, que me reiiniciou o pc sem saber nem como nem pq, la se foi o comentário (inspirado, diga-se!). À 2ª vez, o meu chefe debruçou-se sobre o meu ecrã e só tive tempo de fechar a cruzinha..e lá se foi tudo outra vez! mas como sou teimosinha, cá vou eu para a 3ª tentativa. Não me alongando mt até pq este tema dá pano para mangas, tens toda a razão no que dizes... é impressionante a quantidade de construção nova que se continua a fazer. E são várias as empresas imbiliárias e de contrução que estão a investir bem no centro da capital. E sabes que te digo? Venham italianos, venham espanhois, que são bem mais sapientes no que toca à recuperação e reabilitação de edificado com valor histórico/arquitectónico...

     
  • At 6:48 da tarde, Blogger Miguel Camões said…

    A tua persistência é bem vinda :)
    Quanto ao assunto da reabilitação urbana, será provavelmente o que mais paixões me desperta nos tempos que correm. Só quem não anda atento, não constata a urgência do tema.

     

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