AlmArdente

De tudo se fala do que possa habitar uma qualquer alma humana. Os amores e desamores, as artes e os vícios, os prazeres e as dores. Intensas banalidades, para miúdos e graúdos.

sábado, abril 05, 2008

Gosto de estar bem com a vida. Que o mesmo é dizer: gosto de estar bem comigo e com os outros.
Ora a vida dá muitas voltas, é sabido. Acontecem coisas boas e más, umas vezes controladas por nós, outras nem por isso. E temos de viver com tudo, o que gostamos e o que abominamos. Temos de encontrar um equilíbrio (já dizia o Mister Miyagi ao Daniel san). E o equilíbrio passa por conviver com muitos fantasmas, muitos buracos negros, muita coisa desagradável. Com o tempo aprendemos a ser tolerantes, aprendemos a aceitar muito do que nos fez sofrer. Aprendemos a ser humildes e admitir que errámos. E aos poucos vamos fechando capítulos, estando bem com a vida.
Gosto de continuar a caminhada sem pedras no sapato. Porque as pedrinhas, por mais pequenas que sejam, incomodam. E é fácil reconhecer quem tem pedras no sapato. Muitas vezes é quem mais espalha aos quatro ventos que está bem com a vida - já diz o meu amigo espanhol que essa ânsia de anunciar ao mundo a felicidade suprema, não deixa dúvida.
Pois é, gosto de estar bem com a vida. E não tenho problemas em aceitar que não sou o ser mais feliz do planeta, não tenho a melhor vida nem estou envolvido nos mais aliciantes projectos (a minha vida prima por não ter projectos e isso agrada-me).
Enfim, estou bem com a vida. Comigo e com os outros.
Claro que de vez em quando é preciso descalçar os sapatos e sacudir as pedrinhas...

1 Comments:

  • At 7:53 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Se fosse assim tão fácil..existem pedrinhas que só soltam com a ajuda de terceiros;podemos nos auto-perdoar mas se existe a possibilidade de explorar isso numa conversa com a pessoa que participou na vinda da pedrinha para dentro do sapato...maravilha :)(nem sempre é possível).
    O parecer feliz ajuda muito vezes a sê-lo (desde que sem negação à mistura de assuntos realmente infelizes), porque o contentamento com os poucos ou muitos projectos, as pequenas e as grandes põe tudo na perspectiva certa (pelo menos para mim): o simples respirar é um milagre em si. Só sabe quem já olhou a espelhado nos olhos de alguém muito querido e sabe que um dia a amor eterno também nos morre nos braços. O resto são lamentações fúteis e parvos. Dúvdo que alguém tenha ficado com um sorriso nos lábios...mas era mesmo para sorrir :)

     

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