AlmArdente

De tudo se fala do que possa habitar uma qualquer alma humana. Os amores e desamores, as artes e os vícios, os prazeres e as dores. Intensas banalidades, para miúdos e graúdos.

quinta-feira, maio 04, 2006

Inspirações

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Há alturas em que as palavras não saem, o sentimento não flui, as ideias são banais e nada de novo vem ao mundo.
Em conversa com uma pessoa amiga, constatou-se isso, que há mais inspiração nos momentos menos felizes. É maior o sentir nas alturas em que estamos soturnos, melancólicos, introspectivos e tristes. Será?
Acontecerá isso a todos os que escrevem? Acontecerá isso a toda a gente?
Adoro escrever. Desde criança que me entretenho com palavras, escrevinhando contos, pensamentos, histórias minhas ou dos outros. Seja sobre o que vai cá dentro, ou o que se passa fora de mim, facilmente escrevo qualquer coisa sobre qualquer coisa.
Acontece que muito do que se escreve (e acho que é comum a todos) são experiências pessoais, sentimentos interiores, pensamentos que nos perpassam o espírito sobre situações da nossa própria existência. Pessoalmente, sempre escrevi muito acerca de matérias passionais, tudo o que incomoda uma AlmArdente. Os amores, as relações com os outros, o que se quer da vida...
Obviamente, pensamentos e sentimentos desta natureza ocorrem com maior frequência em alturas em que estamos incomodados. Amores não correspondidos, dúvidas existenciais, todos os porquês desta vida...
E se não estivermos numa fase contemplativa? Se não estivermos em baixo, nem soturnos, deixamos de ter inspiração? Será a felicidade contrária aos pensamentos profundos? Ou seremos levados por uma onda de lamechice, de cada vez que nos sentimos infelizes, que nos serve de musa inspiradora?
Eu quero acreditar que a capacidade de sentir e pensar as coisas está cá sempre. Não quero deixar nunca de escrever. Mas constato, SuDu, como falámos nisso, que os temas mudam. São fases.
Afinal, todo o mundo é composto de mudança.

4 Comments:

  • At 10:34 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Talvez porque nos é sempre mais fácil partilharmos a tristeza do que a alegria. Talvez porque na nossa tristeza estamos mais entregues a nós próprios embrenhados quiçá a descobrir o que há de errado connosco enquanto todo o Mundo parece ser feliz; na felicidade ou contentamento, vivemos para o momento, quermos aproveitar ao máximo, não temos tempo para contemplar como tal aconteceu, e por vezes são os outros que não tolerando a nossa felicidade nos fazem tê-la só para nós, sorvendo-a em goles quanto maiores melhor. De certa forma, quando estamos felizes deixamos de estar connosco, ou pelo menos não de uma forma tão profunda como a tristeza "exige". Pelo menos é o que penso.
    Beijos, $

     
  • At 10:14 da tarde, Blogger 2maria said…

    Sónia, não podia concordar mais...sou incapaz de escrever uma só palavra quando estou plenamente feliz...Consigo escrever sobre os outros, mas não sobre mim...e quando estou em baixo apetece-me escrever sem parar! :)

     
  • At 8:27 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    ...se tristeza é sinonimo de inspiração...então espero que nunca mais escrevas nada neste blog...e sejas muito feliz :)
    SuDu

     
  • At 8:06 da tarde, Blogger Miguel Camões said…

    Seja bem aparecida, SuDu :)

     

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