AlmArdente

De tudo se fala do que possa habitar uma qualquer alma humana. Os amores e desamores, as artes e os vícios, os prazeres e as dores. Intensas banalidades, para miúdos e graúdos.

domingo, junho 29, 2008


Faz parte do meu imaginário, aquele sentimento que se tem do ter que ser. Cores eléctricas carregadas de som hipnotizante com sabor a deserto, casar numa capela o mais kitch possível vestindo uma fatiota de Elvis em fase "The King", piscinas de Margarittas cheias de fichas de jogo e roletas a girar, a girar...
Las Vegas é o delírio do desejo desconhecido. Cada novo filme traz a mesma vontade de me perder naquele mundo de faz-de-conta (que temos muito dólares).
Nunca fui, mas é pancada forte!
A idade começa a operar em mim um certo sentido reinvindicativo do que considero certo e justo.
É o gosto pela harmonia universal das coisas - nunca fui compreensivo nem tolerante com as posições erradamente absurdas, muito menos no que toca ao favorecimento de uns, atropelando todos os outros.
No caso concreto, ataco a politiquice instalada nos transportes das ilhas.
O tema é complexo. Por um lado, temos gente, pessoas, cidadãos dispersos pelo arquipélago (falo dos Açores) com necessidades de movimentação inter-ilhas e entre as ilhas e o continente. Por outro lado, temos as empresas transportadoras que não geram lucros com este negócio mas que são obrigadas a cumprir serviços mínimos.
Em relação aos vôos e fazendo as contas, percebe-se que o elevado preço dos bilhetes tem de se manter. A TAP e a SATA, por obrigação para com o Estado (o tal cumprimento dos serviços mínimos), acumulam mais prejuízo do que lucro nas rotas das ilhas. De forma a proteger essas companhias obrigadas a esses contratos, fecha-se a porta à liberalização do transporte aéreo - qualquer companhia low cost teria interesse em voar para duas ou três ilhas (as que dão lucro), ignorando as outras seis. Seria uma concorrência desleal com as empresas estatais, obrigadas a voar para todas as ilhas. É um mal necessário e pagamos todos por isso: os cidadãos de forma directa no preço dos bilhetes, e todos nós através dos subsídios que o Estado dá às empresas.
Mas em relação ao transporte marítimo inter-ilhas, o caso é outro e choca-me!
As principais empresas a navegar entre as ilhas são a ATLANTICOLINE e a TRANSMAÇOR , transportando passageiros, automóveis e mercadorias. Ambas as empresas têm capitais privados e governamentais. Entre as ilhas do Triângulo (Faial, Pico e S. Jorge), as ligações são aceitáveis durante todo o ano. O pior é mesmo a ligação entre as restantes ilhas, em especial entre S. Miguel e Sta. Maria - ilhas bastante próximas e sem ligação marítima com o mínimo de qualidade exigida. Os navios que fazem a viagem entre estas duas ilhas são despropositadamente grandes, lentos e sem alternativa de actividades a bordo que não sejam estar sentado num sofá durante as quatro horas de travessia. Depois ainda há os horários completamente desarticulados com as restantes ligações e uma fraca oferta de viagens ao longo do ano. Resultado: quando navegam, apenas no Verão, os navios andam praticamente vazios. As pessoas pagam o dobro por uma viagem de avião entre estas duas ilhas, não por preferirem assim mas porque não resta outra alternativa viável. E se alguém quiser ir de Santa Maria ao Faial, por exemplo, esqueça o barco. Porque um percurso que é navegável em apenas um dia, leva três! Assim é impossível fazer conta com a navegação inter-ilhas, a menos que se ande em passeio e tenha muito tempo para gastar.
Ora há cerca de um ano, apareceu um investidor privado, João Amaral, natural das ilhas e emigrado no Canadá, a querer explorar as rotas marítimas entre todas as ilhas. É dono da CANADAMAR, uma empresa de transportes e logística bastante bem sucedida no Canadá. O que ele propôs ao governo regional, foi a candidatura a fundos comunitários para o arranque do projecto, de forma a operar com três embarcações mais pequenas e mais rápidas que fizessem o transporte entre todas as ilhas ao longo de todo o ano. Este empresário não pede dinheiro ao governo, pede apenas que o governo analise e viabilize a sua candidatura a fundos da União Europeia, destinados a estes fins.
O governo regional, estranhamente, não deu ainda uma resposta. Passou-se praticamente um ano, o arquipélago continua sem melhorias ao nível dos transportes marítimos e a população desespera por melhores dias enquanto paga balúrdios para se deslocar de avião entre as ilhas.
João Amaral, insatisfeito com esta política claramente monopolista e absurda, vai avançar para tribunais europeus a fim de dar seguimento ao negócio. Eu e todos os açorianos estamos expectantes, ansiando por mais e melhores condições de transporte.
Isto da insularidade sente-se na pele...

quarta-feira, junho 25, 2008

Depois de várias experiências, cheguei à melhor solução qualidade/preço.
Chocolate preto LINDT com 70% de cacau. Muuuuito bom!