AlmArdente

De tudo se fala do que possa habitar uma qualquer alma humana. Os amores e desamores, as artes e os vícios, os prazeres e as dores. Intensas banalidades, para miúdos e graúdos.

quinta-feira, junho 30, 2005

SÚPLICA

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.


Miguel Torga

O que nos faz correr

......................
O que nos faz andar para a frente?
O que nos faz correr?
O que nos leva a percorrer caminhos que não sabemos onde vão dar?
Tropeçamos e caímos e não perdemos a vontade.
Teimosia? Obsessão?
Que move esta vontade férrea de perseguir o que muitas vezes se apresenta inatingível à partida?
Será o gosto pelo desafio? A natural curiosidade do Homem e a sua tentativa de explorar todas as suas capacidades de resolver problemas?
Ou será qualquer coisa misteriosa e irracional que nos dá as energias?
Há quem seja ponderado, há quem seja sempre racional. É quem em situações de dúvida opta sempre pela segurança. Quem segue pela via conhecida, quem não ousa arriscar.
E há quem se liberte dos medos e se entregue a demandas quixotescas, seguindo a voz interior que lhe diz que "É agora! Tem de ser!".
Mas o que nos leva a ousar? O que nos faz correr?
Nada de lógico ou racional, digo eu.
Nós corremos por paixões. Por aquilo que nos faz viver!

terça-feira, junho 28, 2005

Dêmo-nos tempo


Summer Evening Posted by Hello

“ Este céu passará e então
...teu riso descerá dos montes pelos rios
...até desaguar no nosso coração ”


Pintura de Edward Hopper
Palavras de Ruy Belo

Ainda sobre a felinidade...


Calvin Posted by Hello

segunda-feira, junho 27, 2005

Gataria

Gordos, magros, pêlo-ralo, felpudos, brancos, pretos, pardos e malhados, tudo o que seja gato é bicho de admirar.
Vem este texto a propósito do que li aqui.
Uma amiga adoptou um gato. O primeiro da vida dela. E como cedo constatou, é paixão que se torna em amor logo após as primeiras horas.
Gatos, tive muitos. Cães, nenhum. Não tenho nada contra os canídeos, gosto bastante deles mas nunca tive as condições necessárias para viver com um. Mas os gatos são tão independentes, tão donos do seu nariz, que quase não temos de tratar deles. Vão e vêm quando lhes apetece (normalmente, aparecem quando lhes dá a fome), brincam espontâneamente sem babarem ninguém, são terrivelmente fofos e ao mesmo tempo ariscos e em toda a sua doçura e languidão nunca deixamos de ver um felino sempre pronto para um salto de emboscada.
O andar dengoso, o olhar matreiro... As horas de sono sem passar cavaco a ninguém e os repentinos tiques de tigreza miúda! O ronronar, a quietude em que estagnam só porque sim, porque há momentos em que fazem pausa sem porquês. E as brigas por altura do cio, que não deixam dormir ninguém! Deve ser muito bom ser gato... estou na profissão errada.

domingo, junho 26, 2005

...dia de ressaca...

" O camelo é o animal
........................que aguenta mais tempo sem beber "

................................. NÃO SEJAM CAMELOS !
Posted by Hello

sábado, junho 25, 2005

A angústia do talvez

" ...porque embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu "
Luís Fernando Veríssimo

Vem esta frase lavrada num texto que fala dos "quase" e dos "talvez" e imediatamente me tocaram todas as campaínhas ao lê-lo. Eis um assunto deveras consumidor da alma humana: o Talvez.
"Talvez te ame um dia", "Talvez haja hipótese".
"Talvez ouse um dia", "Talvez venha a ser diferente"
Talvez, talvez, talvez...
Não há pior angústia do que a incerteza do talvez.
Pior que a convicção do Não, é a desilusão do Talvez, essa morte anunciada que nos leva a acreditar, que nos dá esperanças enganadoras a que nos agarramos com todas as forças.
O Talvez incomoda e entristece. Queima e consome sem dó de quem sofre por uma resposta, por um claro e forte Sim ou Não.
Quem se refugia no Talvez, passa a vida a Quase chegar a algo.
Quase ganha, Quase passa. Quase ama, Quase faz.
A vida quer ser agarrada com convicção, com a alma em chamas, com paixão!
Não com dúbios e distantes "talvez".
Quem vive pendurado num Talvez, mortifica todos os segundos da sua existência aguardando febrilmente um gesto, uma palavra, que o libertem do torpor emocional.
Espera, impaciente e alheio ao mundo. Desespera num fogo solitário.
O Talvez só é cómodo para quem o profere, na segurança de ter garantida a expectativa da outra pessoa. O Talvez é egoísta e injusto, obriga a uma entrega cega e irracional e não dá campo de manobra. Manieta e amputa, tolda-nos o pensamento, obriga a estar quieto e incapacitado.
O Talvez é, provavelmente, a maior arma de destruição emocional e o maior destruidor de confiança que se pode arremessar a alguém que sufoca no vazio das nossas decisões.
Por isso, um conselho a quem está pendurado em "Talvezes":
" Vou fazer por mim sem esperar por ti".
Demasiado duro? Ou simplesmente saudável?





sexta-feira, junho 24, 2005

Pensamento da tarde

Uma alma sem paixões
é como um carro sem gasolina.

Por mais que o tentem empurrar
nunca irá muito longe.

quinta-feira, junho 23, 2005

O Apaixonante Mundo Infantil

É apaixonante assistir à evolução duma criança, tomar parte na sua educação e vê-la desenvolver-se interagindo com as outras crianças.
Aqui há uns anos, numa praia perto de nós, um amigo nosso estava com a familia a banhos.
O mais novito do clã, um pequenino querubim de três aninhos que já ía dizendo umas frases explícitas, brincava na areia com um tractor de plástico, balde e pá, fazendo castelos.
Aproximou-se uma jovem mãe com o seu rebento que devia ter a mesma idade, incentivando-o a brincar com a outra criança.
O petiz chega-se perto do priminho do nosso amigo, senta-se junto dele e mostra-se interessado em brincarem juntos. Quando vai para deitar a mão a qualquer coisa do outro, ouve estas palavras da boca do outro anjinho:
"Tocas-me no tractor, fodo-te os cornos!"

Não são uns amores, as crianças?

Fotografia de Eduardo Costa

Para quem gosta de fotografia, aqui está uma página dum amigo meu que não se sai nada mal por detrás da objectiva.



Posted by Hello

www.eduardo-costa.com

Sons Viciantes

A ouvir com insistência neste início de Verão:
ELLIOTT SMITH

" What I used to be will pass away and then you'll see
And all I want now is happiness for you and me. . . "

Pecado da Gula

Porque este Diab' Alma também vive para o paladar, aqui fica uma sugestão gustativa (o meu jantar de ontem):

Faz-se um refugado com muita cebola e muito tomate. Um misto de tomatada/cebolada.
Após apurar, coze-se uma boa posta de peixe nesse molho. Não é necessário adicionar água, uma vez que o tomate larga muita da sua própria aguadilha.
A minha posta foi de pargo.

À parte faz-se um molho espesso de caril, com uma pitada de açafrão e um cheirinho de pimenta preta moída.

Faz-se arroz branco.

Fritam-se umas fatias de pão e umas batatas aos cubos.

Depois de tudo cozinhado, é preparar o prato:
A posta de peixe no seu molho, o arroz coberto pelo caril e a fatia de pão frito com uma mistura de cebolada e caril. Batatinhas à parte.

Acompanhando com um Chardonnay fresquíssimo (no caso foi o "Cova da Ursa"), este jantar foi um manjar dos deuses!

E agora que já estou a salivar, vou almoçar :)

quarta-feira, junho 22, 2005

Está um Bafo Destes!

Uma esplanada onde corra uma brisa fresca,
um pires de tremoços e uma travessa de caracóis
e uma grande, grande, caneca!
(ou duas ou três).
Há melhor que isto nestas tardes de braseiro?



Posted by Hello

terça-feira, junho 21, 2005

Excepcionalmente, para ti.

Decidi que não vou aqui falar de ti. De nós.
Decidi que é um assunto nosso e que não quero expô-lo ao mundo, torná-lo de todos.
Gosto de ti - já o sabes, quero-te cada vez mais e mais e não sei até quando ou quanto e não quero fazer previsões. Quero simplesmente gostar de ti, dar-te um beijo sentido, atirar-te um sorriso sincero, ser feliz a teu lado.
Decidi que vou ser eu mesmo, pois não sei ser de outra maneira.
Decidi entregar-me e esperar de ti o mesmo.
As paixões são para viver intensamente e não as concebo cautelosas, pé ante pé, com medo do escuro.
E se agora é o momento, que seja! Porquê duvidar?
Quero acreditar. Quero muito mesmo. Porque merecemos. Porque nos conheço.
E não, não me peças para falar aqui de ti. De nós.
Prefiro sentir-te a meu lado, a tua pele na minha, o rubor dos teus lábios nos meus, para poder sussurrar-te ao ouvido palavras de amor.
Minha Roxane ...

CAMPEÕES !!!

Seria uma falha grave, num blog de paixões, não falar de futebol.
Mais grave ainda, se não se falasse do clube que mais paixões desperta!
É um mistério de fé, um fenómeno inexplicável, esta entrega incondicional e arrebatadora que temos pelo nosso Glorioso clube.
Somos milhões de fiéis que sentem na alma o que é ser-se Benfiquista, o que é pertencer a esta enorme nação que se estende além fronteiras e que continua a ser o maior estandarte do desporto nacional.
E este ano, SOMOS CAMPEÕES !

SLB! SLB! SLB! ...



Posted by Hello
Aqui está mais uma das paixões deste Diab' Alma:
Viagens pelos sítios mais exóticos do planeta.
Um destino obrigatório: Austrália.
Por várias razões...

Down Under Posted by Hello

domingo, junho 19, 2005

...isto é complicado!...

Quantas vezes, quantos de nós, mais ou menos românticos, mais ou menos desprendidos, mais ou menos conservadores, mais ou menos dados a flirts e aventuras, quantas vezes não nos enganámos já em relação às nossas paixões por alguém?

Quantas vezes não nos atirámos de cabeça para uma relação nova cheios de fogosidade, cheios de paixão, cheios de vontade de consumar de corpo e alma todos os desejos que carregamos de entrega e recompensa, para depois a chama se apagar e tudo não ter passado afinal de um equívoco?

Ou não será equívoco? Serão as paixões um assunto sério na medida em que mexem com os sentimentos dos outros ou isso da paixão é uma coisa leve e passageira, para usar e abusar sem importarem as consequências?

Há os mais sonhadores, os mais sofredores e quixotescos que anseiam pela alma gémea, por alguém a quem se darão sem reservas e confiantes num futuro sem sobressaltos, envelhecendo lado a lado com a pessoa que amam. Por norma não são de flirts. Encaram cada nova paixão como a definitiva, como a derradeira e eterna e sempre bela paixão, a que estava ali à espera ao virar a esquina do destino. Prendem-se, agarram-se ao que têm com unhas e dentes, fazem tudo para que dê, para que resulte, mesmo quando tudo indicia que não vai resultar. Mesmo quando se torna patético de tão óbvio que é a incompatibilidade. E sofrem na alma de cada vez que o idílio termina, de cada vez que a paixão se esgota e que são deixados de coração destroçado e sentimentos varridos por vendavais emocionais. E moem e remoem dias a fio, semanas, meses, sem que compreendam os porquês, sem força anímica para saírem das nostalgias e para sacudirem de vez as últimas poeiras amargas. São verdadeiros "lipushkas".

Mas há quem seja desprendido, desempoeirado e aventureiro, sem medo de arriscar, sem a pieguice de quem acredita que a paixão é eterna. E por isso pulam de romance em romance sem problemas. Por isso não ficam atolados no pântano sentimental de cada vez que terminam uma relação, por isso não sufocam em mágoas e arrependimentos e seguem pela vida com a mesma confiança de sempre e sem âncoras presas em águas passadas. Serão por isso gente leviana? Serão egoístas a ponto de só lhes interessar a satisfação dos próprios desejos? Ou será essa a filosofia mais prática e correcta para manter uma boa sanidade mental?

O tema não se esgota e não é regido por dogmas nem por leis científicas. As paixões são pessoais e transmissíveis (ou não) e cada um vive-as à sua maneira. A razão de tanta tinta correr sobre este assunto (directamente proporcional aos litros de lágrimas que correm por esse mundo fora causadas por desgostos de amor), tem a ver com a própria matéria de que é feita a alma humana, uma amálgama de entusiasmos e emoções, contraditoriamente coerentes, inconstantemente estáveis, lúcidamente baralhadas, tudo envolto numa neblina de massa cinzenta pensadora, conscientemente mergulhada no subconsciente. É assim uma almardente.

Aqui este diab' alma está numa fase de estudo profundo sobre as paixões. Após horas de trabalho laboratorial intenso, submetendo-me como cobaia às mais variadas e rocambolescas experiências, passando pelos mais variados estados de espírito com afectação do sistema psico-motor e sem estarem totalmente identificados os efeitos secundários, não há conclusões(...isto é complicado!...). Mas há aprendizagem.

p.s. - a palavra "lipushka" é apenas compreensível para os verdadeiramente conhecedores da língua russa :)

sexta-feira, junho 17, 2005

" Quente

O teu corpo
no meu corpo,
a tua boca
na minha,
teu cheiro
na
minha pele,
que pressente e adivinha
cada batida que dá
sobre
mim
teu coração.

Quem me dera a mim roubá-lo
para depois poder guardá-lo
na palma da minha mão. "
Ana Catarina Silva

quinta-feira, junho 16, 2005


Jessica Alba é Nancy Posted by Hello


Ora aqui está uma boa surpresa!
Uma rapariga com meia dúzia de filmes no currículo e mais umas quantas séries (incluíndo a famosíssima "Beverly Hills 90210" ), que agora salta definitivamente aos olhos do mundo neste estonteante e arrebatador SIN CITY. A fita não teria o mesmo brilho sem ela. Resta aguardar por mais filmes em que entre, para podermos apreciar a sua evolução como actriz.
Temos diva.

"O Beijo" - Rodin Posted by Hello

The Dukes of Hazard

O regresso dos Três Dukes, agora na tela de cinema.

Quem não se lembra da mítica série "Os Três Dukes" ?
Pois bem, para os mais saudosistas aí está o filme a estrear este Verão.
Não será a mesma coisa sem a Daisy original, é verdade, mas é sempre bom rever as aventuras em que uma das maiores estrelas era um carro! Nada mais nada menos que um Dodge Charger de 1969 modificado.
Um V8 com 7000 cc de cilindrada, 425 cv de potência e uma velocidade máxima de 220 km/h, de portas soldadas e uma pintura inconfundível (não faltando a bandeira da Confederação Sulista), conhecido por "General Lee".
Era vê-los a fugir ao xerife ou a perseguir outros manhosos, o carro fazia-nos as delícias com os saltos e as derrapagens. É óbvio que os consumos de combustível não eram uma preocupação na altura...
Quantos de nós não sonhámos ter um dia uma bomba destas?
Quantos de nós não sonhámos com a Daisy?
A não perder nas telas, em Agosto de 2005.
A propósito, para quem queira recordar existe a série (filmada entre 1979 e 1985) em DVD.


General Lee Posted by Hello

quarta-feira, junho 15, 2005

Até Amanhã Camarada - Álvaro Cunhal: 1913-2005

Não sendo comunista, presto aqui a minha singela homenagem a uma das grandes figuras deste país. Um Homem que, ele sim, tinha a Alma Ardente.
Fica-me a memória duma palestra que ouvi há muitos anos atrás, sobre a arte. Porque nem só de política vivia este Homem e tudo o resto nele era bem maior que o lado político.
Fiquei deslumbrado na altura, continuo deslumbrado hoje, ao aperceber-me da verdadeira dimensão intelectual desta pessoa simples, bem diferente da restante classe política que nos tem (des)governado.



Desenho de Álvaro Cunhal Posted by Hello

O Fim

- Era uma noite fresca de fim de Junho. Ele foi buscá-la a casa como fazia quase todos os dias desde que namoravam, desde há um ano. Saíram a pé para a volta habitual, para namorarem junto ao rio. Pelo caminho a conversa não fluíu e ele começou a sentir algum desconforto naquele silêncio, como se o vazio de palavras lhe dissesse mais do que as próprias palavras. Chegaram ao miradouro e sentaram-se. Como um discurso ensaiado, ela esvaziou-se do que carregava para contar. Ele encaixou aquele murro com um estômago de ferro, aguentou sem vacilar enquanto lhe era dito que estava tudo acabado, que já não havia amor, que ela já não gostava dele. Depois veio a interrogação em tom de revolta, ainda ali, ainda a quente. "Porquê? " "Porque sim, porque estas coisas acontecem, porque não sou feliz contigo." "Há outro? " "Não, não há outro". Mas havia.

- Foram jantar fora. Depois de muito escolher o restaurante (porque ela nunca gostava de nenhum), lá se sentaram para comer. O ambiente estava gélido e ele teve um daqueles pressentimentos de que algo de grave estava para acontecer. Pensou para si "É melhor ir directo ao assunto" e disse: "Que se passa?" "Quero acabar. A nossa relação anda muito estranha e eu não consigo continuar. Mereces alguém que te faça feliz e eu também. Neste momento não sou feliz nem te consigo fazer feliz." Ele soltou um "Outra vez?" porque não era a primeira vez que ouvia aquela conversa. Mas foi a última.

3ª - Estavam no carro à porta da casa dela. Em silêncio. Ela tinha a cabeça no colo dele e os seus dedos entrelaçados nos dele. Levantou-se e olhou-o nos olhos "Não sou capaz de continuar a namorar contigo. Não me consigo entregar, não sinto nada por ti. Eras tudo o que eu queria, és um óptimo namorado e sinto um grande desgosto por não te poder dar tudo o que me dás. Tenho pena mas não dá. Adeus." Saíu do carro e da sua vida, deixando-lhe os sentimentos em turbilhão, desordenados. Até hoje.

Assim terminaram as três últimas relações ditas "sérias" deste personagem.
Em relação à primeira, há muitos, muitos anos, a coisa passou definitivamente. Coisas de adolescentes. Embora ninguém goste da dor de corno, é pessoa que já esqueceu. E se se lembrar dela, é com uma ponta de raiva e um odiozinho de estimação. Nada de boas recordações nem nostalgias bonitas.
Em relação à terceira, ela entrou na vida dele como um furacão, ateou labaredas de paixão intensa, incendiou-lhe o corpo e a alma, foi o seu mais louco devaneio. Da mesma forma que apareceu, desapareceu. Até hoje, foi a relação mais curta e mais intensa. As coisas ainda estão frescas e embora ele saiba que ela não é mulher para o mundo dele, um olhar dela desencadeia automaticamente um fogo nele com consequências imprevisíveis.
Sobre a segunda, há a dizer o seguinte: foi sem dúvida a mulher da sua vida. Passaram anos lado a lado, viveram alegrias e tristezas, viajaram, fizeram planos, desenharam sonhos... que não se concretizaram. Agora, olhando para trás, é com grande mágoa que ele a vê longe de si, numa vida que não é dele, depois de tudo o que foram um para o outro, depois de tudo o que fizeram. "Será alguma vez tarde de mais numa vida inteira? Ou haverá oportunidades futuras para casos falhados? " Soubesse ele a resposta a esta questão, e dormiria muito mais descansado...


Conclusão: a vida não pára, as pessoas vão e vêm, as relações começam e acabam. Até que ponto deveremos ficar presos a alguém? Presos a recordações? Presos à vontade de reatar? Soubessemos todos o que fazer, e o mundo teria muito mais gente sã...


Eu Posted by Hello

AlmArdente

AlmArdente - o fogo da alma, a alma em chamas.
As paixões e os prazeres, os encantos, os desencantos...
Ilusões e desilusões, alegrias e tristezas, gostos e desgostos.
Tudo o que é uma vida intensa, tudo o que é entrega.
Tudo o que é abandono, na busca desses fugazes momentos de rendição.
Tudo por que arde uma alma.

Palavras ao vento, para não sufocarem.
Deitar ao mundo o que vai cá dentro, quando o que vai cá dentro começa a queimar.
Escritos sem público-alvo, porque isto não é uma campanha de vendas nem concorre a Nobel da literatura.
Foguetes para o ar. Quem quiser, apanhe as canas e volte a lançá-las com fogo novo.
Comentários são bem vindos.