AlmArdente

De tudo se fala do que possa habitar uma qualquer alma humana. Os amores e desamores, as artes e os vícios, os prazeres e as dores. Intensas banalidades, para miúdos e graúdos.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Há mais uma razão para ficar até tarde nas noites de Lisboa.
Quem passar pela Bica, em noite de fim-de-semana, e lhe der a larica, antes de ir para a cama (até rimou), pode sempre deliciar-se ali mesmo na rua do elevador, com um hamburger de soja a acompanhar uma imperial.
O moço passa com o cesto cheio de hamburgers, rua acima, rua abaixo, e é vê-los desaparecer!
A dois Euros e meio cada um e bem mais saborosos que qualquer outra barrasquice àquela hora, acreditem que é um petisco a não perder!


Há muitos anos atrás, junto aos Bombeiros Voluntários de Cacilhas, havia um muro em que se estendia uma frase que ficou na memória de todos os que por lá passavam:

UMA PANCADA NOS OLHOS FAZ VER

As palavras desapareceram com o tempo. Penso até que o próprio muro foi deitado abaixo. Mas a mensagem ficou.
Há pouco tempo, uma pessoa fez este boneco. Fê-lo com o sentimento de puro entendimento das palavras que nele constam, com a consciência de estar a ver coisas, agora, que não teria visto se não tivésse levado a pancada. Senti revolta. Senti pena dele. Senti uma raiva crescente e um ódio de morte a quem bate assim em quem não merece. Porque esta pessoa, o artista que fez o boneco, não merecia.
Sou de sangue quente, de explosividade emotiva e fulgurante. E quando presencio injustiças, quando sei de vilanias, fervilho de impaciência, clamando por justiça célere e feroz. Implacável.
Mas os ódios e as paixões assomam-se-me à alma com a volatilidade dum fósforo. Por isso depressa me passou a esgana. Serenei. Fiz por compreender as coisas e não quero já armar-me em justiceiro defensor dos fracos. Mas fiquei também a saber que as pancadas da vida, mesmo as mais fortes, aparecem por vezes de onde nunca esperaríamos. Por isso fazem ver. Custa, mas servem de lição. Ensinam a não confiar cegamente, ensinam a manter a margem de segurança necessária, para que não haja surpresas desagradáveis.
Espero que esta pessoa, que conheço como sendo das mais frontais e honestas, que se preocupa com os amigos e faz por ser correcta, ultrapasse depressa o incómodo da situação e dê a volta por cima. E em caso de necessidade beligerante, estarei a seu lado contra o que for preciso e em qualquer altura.
Ser amigo é assim.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Os tempos do Spectrum

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Longe vão os tempos em que o ZX Spectrum era rei... Tive o meu ao dez anos. Uma lócura! Passávamos fins-de-semana inteirinhos agarrados à tv, com montes de cabos a l
igar aquela parafernália de aparelhos, só intervalando para comer ou quando o pai queria ver o telejornal.
LOAD " " ENTER - Deve ser o comando informático mais mítico de todos os tempos. Era uma frustração quando a casséte não entrava! Apetecia partir o gravador e dar cacetada naquilo tudo, mas depois da fúria passar, lá íamos nós com jeitinho verificar as ligações, a fita da casséte e o volume do gravador. Todo este ritual horas a fio, enquanto o mundo nos passava ao lado.
Quem não se lembra do Chuckie Egg? Ou do Bomb Jack, do Paradise Café, do PacMan, do Bruce Lee,... Isso sim, eram grandes jogos! Jogos mágicos numa época maravilhosa - a da infância.
Hoje deu-me para a nostalgia e fui ver o meu 48k. Está embalado numa caixa, feito relíquia de santuário. Nem sei se ainda trabalha. Mas o toque daquelas teclas de borracha, traz muitas recordações à memória.
Bons tempos...