AlmArdente

De tudo se fala do que possa habitar uma qualquer alma humana. Os amores e desamores, as artes e os vícios, os prazeres e as dores. Intensas banalidades, para miúdos e graúdos.

quinta-feira, janeiro 24, 2008


Genuíno Madruga, o navegador solitário português que está actualmente na sua segunda volta ao mundo (feito inédito entre nós), dobrou hoje, pelas 10:45 (hora de Lisboa) o Cabo Horn.
Após dois dias a preparar a passagem do Horn, literalmente contra ventos e marés, aproveitou um momento de acalmia para passar do Atlântico para o Pacífico.
Um homem, sozinho, contra as forças da natureza. A provar que em Portugal ainda há marinheiros.
...e nós aqui em frente aos computadores...
Daqui a um ano, é a chegada à Horta. E eu vou querer lá estar.

quarta-feira, janeiro 23, 2008


Estou oficialmente em guerra com os sacos de plástico!
Mais do que nunca, torna-se imperioso combater esta praga. Pelas razões óbvias.
Há que reduzir a proliferação destes objectos do Demo, e eu estou fervorosamente empenhado nisso. De cada vez que vou fazer compras em super-mercados, mercearias, etc, levo sempre um monte de sacos que guardo em casa. Dessa maneira, quase nunca trago sacos novos para casa. Vou à padaria, levo a antiga bolsa de pano. Nas farmácias recuso sempre os saquinhos que não têm jeito nem utilidade - meter uma caixa de comprimidos num bolso, é a solução mais imediata. E por aí fora. Há mil e uma maneiras de reduzir o consumo dos sacos de plástico. Reutilizando-os até à exaustão ou utilizando alcofas de corda, cestos de verga, etc, etc, etc.
Está à vista de todos que o planeta caminha a passos largos para um futuro muito negro. E cabe a cada um de nós ter essa consciência, para tentar mudar maus hábitos. Pela minha parte, faço o que posso. E para além do mais, todo o homem prevenido sabe que convém andar munido de saco de plástico...

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Acabei de ler o "Cem anos de solidão" e fiquei com um nó na garganta e um certo aperto no coração, que normalmente são sentidos no terminus do que nos toca. E este livro tocou-me. Tocou-me por me mostrar que já houve quem tivesse descrito um universo de coisas e situações tal como as imagino. Tocou-me por ser tão próximo do que eu sou enquanto ser pensante e criador. Tocou-me, também, porque me foi oferecido por quem me conhece bem a ponto de saber o que guardo nas entrelinhas. É sem dúvida um grande livro.
Outro que me prendeu com a sua aura de bizarria fascinante, foi o "A espuma dos Dias" de Boris Vian. Esse é o delírio puro da escrita criativa. Talvez venham daí muitas das minhas idiossincrasias...

terça-feira, janeiro 08, 2008

Encontram-se coisas raras onde menos se espera. Como no móvel da sala, entre fotografias antigas e jogos que já ninguém joga.
Um vinyl de 45 rotações em perfeito estado de tocabilidade, que desde há umas semanas tem passado com insistência no prato cá de casa. É muito bom ouvir esta voz ao fim do dia, de Martini na mão à espera que o sol se ponha. Sensualidade inquietante, quente, desassossegada . Bom para qualquer início de noite em boa companhia.

domingo, janeiro 06, 2008

É bastante fácil apaixonarmo-nos pela tal. Sucumbirmos àquela que ofusca todas as outras e que nos faz ter vontade de lhe dedicar todos os momentos das nossas vidas. A perfeição geométrica, a beleza daquelas linhas sedutoras e hipnotizantes... Mais ou menos apetrechadas, usando mais ou menos artifícios, mais ou menos carregadas de adornos e bugigangas.
Umas mais moles, mais suaves e dóceis. Outras mais ríspidas e duras. Pesadas e grandes, lentas, ou esbeltas e ágeis. Há-as para todos os gostos e feitios.
Uns gostam delas mais simples, menos espampanantes e mais discretas. Outros preferem-nas cheias de brilho e ornamentos, a dar nas vistas. Seja como for, cada um de nós é feliz com a sua. Tratamo-las bem, damos-lhes mimos e outras mariquices em privado, que contrastam com a forma rude como por vezes as tratamos em público, no meio da rapaziada - para que vejam como somos gajos tesos! Mas também é verdade que gostamos de deitar o olho às dos outros. Por muito amor que tenhamos à nossa, a tentação de pôr as mãos nas outras e de experimentar sensações diferentes, é uma constante. A luta interior consome-nos à medida que o tempo passa e começamos a pensar se estamos bem assim, se esta que temos é realmente o que queremos e se não vamos ter desejos obssessivos de cada vez que nos embeiçamos por outras. É realmente complicado...
Todo o ciclista é humano! E o mundo das bicicletas é muito vasto.
Por agora estou bem com a minha Cannondale. Até onde irá esta fidelidade?