Às vezes sinto-me batido pelo cansaço. Vem aquela sombra da desistência e quase fecho os olhos, deixando-me levar pelo embalo. "Acaba-se o mundo!"- penso. "Fecha-se a porta e é fim-de-semana.".
Às vezes quase entristeço. Falta-me algo que foge ao real, e por mais imaginação e tela que tenha, não o consigo pintar. "Estou infeliz."- penso. "É deixar-me consumir em pensamentos sombrios até definhar.".
Às vezes sou nada. Um buraco imenso cheio de coisa nenhuma a vaguear no vazio duma lâmpada apagada. Por momentos não me encontro, não me vejo. Não passa nada, não sai nada.
Às vezes, tenho destas paragens. São momentos, instantes. São parcelas infinitesimais de tempo em que me sinto à deriva. Mas queimam! Como queimam!...
E nessas alturas, nessas breves ocasiões de solidão e negrume, surges tu feita de luz e de repente tudo é calmo e sereno. E seguras a minha mão - seguras literalmente a minha mão - e todas as coisas ficam bem, tudo encaixa no seu lugar, tudo faz de novo sentido. E posso enfim descansar, sem que isso seja desistir. Porque estás aqui, porque velas por mim enquanto retempero forças para depois velar por ti. Porque somos uma equipa que há muito passou os limites do compreensível; unidos desde sempre por laços e nós e toda a espécie de física e química que nunca compreenderei. Ligados porque sim, porque é a coisa mais natural e sem necessidade de explicação.
Passou quanto tempo? Meses ou anos, onde está o rigor? Pois se nem isso conseguimos definir!
Mas tu sempre soubeste. É natural, dada a tua verdadeira natureza. E sabes muito mais; coisas pequenas, coisas grandes. Coisinhas que começo a ver e outras que prefiro não conhecer.
Sigamos então. Não sei onde vamos chegar, mas já viemos até aqui. Naturalmente...
Às vezes quase entristeço. Falta-me algo que foge ao real, e por mais imaginação e tela que tenha, não o consigo pintar. "Estou infeliz."- penso. "É deixar-me consumir em pensamentos sombrios até definhar.".
Às vezes sou nada. Um buraco imenso cheio de coisa nenhuma a vaguear no vazio duma lâmpada apagada. Por momentos não me encontro, não me vejo. Não passa nada, não sai nada.
Às vezes, tenho destas paragens. São momentos, instantes. São parcelas infinitesimais de tempo em que me sinto à deriva. Mas queimam! Como queimam!...
E nessas alturas, nessas breves ocasiões de solidão e negrume, surges tu feita de luz e de repente tudo é calmo e sereno. E seguras a minha mão - seguras literalmente a minha mão - e todas as coisas ficam bem, tudo encaixa no seu lugar, tudo faz de novo sentido. E posso enfim descansar, sem que isso seja desistir. Porque estás aqui, porque velas por mim enquanto retempero forças para depois velar por ti. Porque somos uma equipa que há muito passou os limites do compreensível; unidos desde sempre por laços e nós e toda a espécie de física e química que nunca compreenderei. Ligados porque sim, porque é a coisa mais natural e sem necessidade de explicação.
Passou quanto tempo? Meses ou anos, onde está o rigor? Pois se nem isso conseguimos definir!
Mas tu sempre soubeste. É natural, dada a tua verdadeira natureza. E sabes muito mais; coisas pequenas, coisas grandes. Coisinhas que começo a ver e outras que prefiro não conhecer.
Sigamos então. Não sei onde vamos chegar, mas já viemos até aqui. Naturalmente...