AlmArdente

De tudo se fala do que possa habitar uma qualquer alma humana. Os amores e desamores, as artes e os vícios, os prazeres e as dores. Intensas banalidades, para miúdos e graúdos.

quarta-feira, maio 30, 2007

Às vezes sinto-me batido pelo cansaço. Vem aquela sombra da desistência e quase fecho os olhos, deixando-me levar pelo embalo. "Acaba-se o mundo!"- penso. "Fecha-se a porta e é fim-de-semana.".
Às vezes quase entristeço. Falta-me algo que foge ao real, e por mais imaginação e tela que tenha, não o consigo pintar. "Estou infeliz."- penso. "É deixar-me consumir em pensamentos sombrios até definhar.".
Às vezes sou nada. Um buraco imenso cheio de coisa nenhuma a vaguear no vazio duma lâmpada apagada. Por momentos não me encontro, não me vejo. Não passa nada, não sai nada.
Às vezes, tenho destas paragens. São momentos, instantes. São parcelas infinitesimais de tempo em que me sinto à deriva. Mas queimam! Como queimam!...
E nessas alturas, nessas breves ocasiões de solidão e negrume, surges tu feita de luz e de repente tudo é calmo e sereno. E seguras a minha mão - seguras literalmente a minha mão - e todas as coisas ficam bem, tudo encaixa no seu lugar, tudo faz de novo sentido. E posso enfim descansar, sem que isso seja desistir. Porque estás aqui, porque velas por mim enquanto retempero forças para depois velar por ti. Porque somos uma equipa que há muito passou os limites do compreensível; unidos desde sempre por laços e nós e toda a espécie de física e química que nunca compreenderei. Ligados porque sim, porque é a coisa mais natural e sem necessidade de explicação.
Passou quanto tempo? Meses ou anos, onde está o rigor? Pois se nem isso conseguimos definir!
Mas tu sempre soubeste. É natural, dada a tua verdadeira natureza. E sabes muito mais; coisas pequenas, coisas grandes. Coisinhas que começo a ver e outras que prefiro não conhecer.
Sigamos então. Não sei onde vamos chegar, mas já viemos até aqui. Naturalmente...

terça-feira, maio 15, 2007


Os 30 já lá vão, e afinal, a juventude é um estado de espírito.
...muitas felicidades, muitos anos de vida!
EEEhhhhhhhh!!! ....
É o que se quer: felicidades e anos de vida.
Se isso vem em forma de barcos ou viagens, ouro em pó ou chocolate preto, não é relevante. Venham os anos de vida, que as felicidades vão-se construindo.
Optimismo.
Que nunca morra o optimismo; sem ele, o que seria da humanidade?
E hoje diz que vai ser um 31! ...

segunda-feira, maio 14, 2007

Na guerra e no amor vale tudo - diz-se.
Valerá?
Haverá porventura fins superiores que justifiquem os meio mesquinhos e vis, perpetrados sem qualquer tipo de escrúpulos ou consciência da dor alheia?
Talvez.
Mas se a guerra - ou o amor - é um exercício de puro egoísmo e inveja, em que mais que os princípios de lealdade e honestidade, o que conta é a satisfação do próprio ego, será lícita aos olhos de todos? Ou só da parte interessada?
(é preciso não esquecer que uma guerra - ou o amor - é muitas vezes precedida de planeamento, frieza, calculismo. Estudo do método, dos pontos fortes e das fraquezas. Premeditação)
Por esse mundo fora, muitas vozes de indignação se levantaram contra a invasão do Iraque. Alheios a tudo, os americanos avançaram com a sua cruzada económica. Justos ou tiranos? Heróis ou vilões? Depende do ponto de vista.
Tal como depende do ponto de vista de cada um, a avaliação de acções nas nossas pequenas guerras do dia-a-dia - ou no amor. A informação é manipulada, jogam-se trunfos, garantem-se alianças. E no fim, ganha a estratégia mais elaborada e mais bem preparada. Nem sempre a mais justa, muitas vezes falsa e desonesta. Mas quem disse que o mundo é perfeito?
Na guerra e no amor vale tudo - diz-se. Que ninguém esqueça isso, ou será trucidado.

quinta-feira, maio 03, 2007


Mais dado a aguardentes e bagaços caseiros (ainda não perdi a esperança de aprender a destilar num alambique meu), há contudo um whisky que destaco e recomendo: LAPHROAIG.
Originário de Islay, Escócia, é um single malt de sabor amadeirado e com um leve travo de turfa e ar do mar, muito devido a ser produzido junto à costa.
Há-os com 10, 15, 30 e 40 anos, sendo cada um deles especial à sua maneira.
Não é um whisky vulgar e não se encontra em qualquer loja de bebidas, mas as boas garrafeiras costumam tê-lo a preços justos.
Para apreciadores, provem que vale a pena.