AlmArdente

De tudo se fala do que possa habitar uma qualquer alma humana. Os amores e desamores, as artes e os vícios, os prazeres e as dores. Intensas banalidades, para miúdos e graúdos.

sexta-feira, abril 28, 2006

Certezas

O que nos leva a ter certezas?
Porque pensamos, em certas alturas da nossa vida, que temos certeza de determinada coisa?
Passei anos a julgar ter certeza disto ou daquilo.
Passei anos a pular de relação em relação, amando sempre, entregando tudo, pensando estar certo do que tinha e do que queria.
Agora olho para trás e vejo o quão enganado estava. Vejo o passado e apercebo-me dos maus juízos que fiz, das ilusões que me guiavam, da névoa que me toldava o espírito e que me afastava da realidade.
Muitas vezes pensei ter a certeza. Muitas vezes, lutando contra adversidades, forcei e empenhei-me em demandas que não mereceram o esforço.
Agora, anos e falhanços depois, tenho novamente a certeza.
Tenho certeza como nunca antes tive e sei que é diferente. Sinto-o como nunca tinha sentido, como verdade inabalável que é.
Porquê? Porquê esta certeza? Porque não dizer que é mais uma das situações possíveis de falhar e igualmente ilusórias?
A vida dá muitas voltas e ensina-nos muitas coisas. Uma das mais importantes é o conhecermo-nos a nós próprios. Vamos passando pelas coisas e a abordagem vai sendo diferente. Aos poucos, de tropeção em tropeção, começamos a andar de cabeça erguida sem ter medo de caír. Ganhamos confiança, estamos seguros das nossas acções e sabemos onde elas nos levam. A isso chama-se maturidade.
Hoje tenho a certeza. Como posso estar tão confiante? É daquelas coisas que se sentem e não se explicam. Nem todos acabam por descobrir isso, mas eu, hoje, tenho a certeza. E sou feliz por isso.

quarta-feira, abril 19, 2006

As minhas cidades


Lisboa

Cidade antiga, linda, cosmopolita, moderna, airosa na sua luz e no viver, saudosa no sentir, outonal.
Lisboa é uma eterna paixão. Passear pelos bairros mais castiços, vaguear pelo Chiado, percorrer as calçadas da Baixa, descer a Rua Augusta e vir desembocar na Praça do Comércio para ali ficar a ver o pôr-do-sol...
Lisboa é um fado em tons dourados com cheiro a castanha assada. É o Parque das Nações e o Marquês, a Baixa e Belém. São as colinas, os eléctricos, os turistas e as vistas. É ir de Alfama à Graça em noite de Santo António e passar as noites quentes nas ruelas do Bairro Alto. É uma cidade para a vida.



Horta

Muitos foram os anos passados a ver o mar, janelas viradas para a praia do Porto Pim, numa cidade encantadora onde dá gosto apreciar a vida.
A cidade da Horta é muito mais do que o Café do Peter, as pinturas na Marina ou a vista para o Pico. São as gentes e os costumes, aquele mar imenso, a sensação de liberdade e pacatez, como se o tempo tivesse parado e a vida corresse lentamente, sem stress. São assim todas as ilhas dos Açores, mas esta cidade é especial. Para mim.




Londres

É uma "habitué", um "must".
Comecei por visitá-la há muitos anos, numa breve passagem a caminho da Escócia. De há uns tempos para cá, tornou-se um destino habitual por força das circunstâncias. É frequente ir lá passar uma semana ou duas, várias vezes por ano. Cheguei até a viver em Londres durante uns meses, trabalhando e vivendo naquele ritmo frenético sob um céu raramente solarengo.
O Inverno é escuro e frio, e o chocolate quente sabe bem. Mas o Verão é bem passado, estendido naqueles relvados a ver a vida passar.
Sítio preferido? Talvez Covent Garden, talvez St. James Park. Talvez Greenwich ou Camden Town. Londres é uma surpresa a cada esquina, sempre igual e sempre por descobrir.



Seixal

É onde moro.
Já cá estou há uns bons 10 anos e tenho ideias de por cá ficar.
É pequena e pacata e tem potencial qualitativo. Adoro percorrer as ruas típicas, imaginando o restauro das casas antigas, onde um dia eu gostaria de ter uma. De preferência, a aproveitar a vista linda que tem para Lisboa.

terça-feira, abril 18, 2006

A minha Cannondale


Tenho uma Cannondale f600 de 2001, que é a menina dos meus olhos.
Quadro CAAD3; Suspensão Fatty de 80 mm com bloqueio; Travões Avid SD7; Pedais automáticos CODA; Guiador em carbono BBB; Espigão de selim em carbono ProMax; Cabos de travão Avid Flack Jacket; Aros Mavic; Cubos Deore; Transmissão XT e Pedaleiro CODA.
Tudo do bom e do melhor. Um assombro de bicicleta para passeios no mato, corridas de Cross-Country, subidas medonhas e para estar em exposição depois de lavada, toda bonita e a brilhar.
Um dia vou sucumbir à suspensão total e aventuro-me com uma Cannondale Scalpel ou uma Cannondale Rush. Mas sempre Cannondale. Sou um fiel seguidor da marca desde que me apaixonei pelos pormenores: Soldaduras polidas, tubos de geometria variável, wishbone, pinturas impecáveis e o principal de tudo, a suspensão muito própria da marca, que a distingue das demais.
É uma perdição!

quinta-feira, abril 13, 2006

Bloody Mary



3 partes de sumo de tomate
1 parte de vodka
sumo de meio limão
pitada de sal refinado
pitada de pimenta preta moída
gotas de Tabasco
gotas de Molho Inglês

Num copo alto e largo, colocar o sal, a pimenta, os molhos e o sumo de limão. Em seguida acrescentar cubos de gelo e cobrir com o vodka e o sumo de tomate. Mexer bem. Mexer sempre enquanto se bebe.

Enjoativo para uns, amado por outros, o BLOODY MARY é a minha bebida.

Pena que em Portugal, na grande, grande maioria dos bares, impere a cultura do barril ou do gin a martelo. Com tanta coisa sofisticada que se pode fazer ...

quarta-feira, abril 12, 2006

VYNIL

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Tenho um gosto especial pelos discos de vynil. Tanto, que ainda hoje, numa época em que até os cd's estão a ceder o lugar aos leitores de mp3, ainda há cá por casa dois gira-discos que tocam frequentemente.
Sou daqueles que tem agora 30 anos. Da geração que passou a infância nos anos 80 ao som de Dire Straits, Pink Floyd, Abba, Queen, Iron Maiden, Scorpions, Roberto Carlos, Julio Iglesias, Europe, Carlos Paião, a Maria Armanda que viu um sapo e a Suzy Paula com o seu camelo Areias. E todos estes artistas se alojavam lá em casa sob a forma de magníficos discos de vynil preto e reluzente, essas belezas que se veneravam e eram religiosamente guardadas por causa do pó e dos riscos.
Mais tarde apareceram os cd's, essas bolachas metalizadas que destronaram o vynil. Um cd era mais prático, mais fácil de transportar de festa para festa e até se ouvia no leitor portátil!
Passei então a consumir cd's. Muito mais, a partir do momento em que qualquer pessoa os podia gravar, aumentando brutalmente a fonoteca privada.
Mas os anos passam, a criança cresce e o carácter vai solidificando. Cada um de nós tende a buscar o que realmente preenche a sua verdadeira essência, e assim me virei novamente para os discos de vynil.
Procuro-os em feiras e nas lojas da especialidade, principalmente em Londres, onde se encontram raridades a bom preço. E aos poucos vou fazendo a minha colecção. Depois, na hora de os tocar, cumpre-se o ritual: Ligar o gira-discos, retirar o disco do envelope e confirmar que não tem pó. Colocar o disco no prato com carinho. Levantar gentilmente o braço e descê-lo até a agulha tocar ao de leve o vynil, como quem beija de mansinho. Já está - ouvir com prazer.
E o que eu gosto de feijão ?!?
Isso é que eu gosto de feijão!
Acabei de almoçar uma saladita de atum com feijão frade, e estava a pensar que esta deve ser a única qualidade de feijão pela qual não morro de amores. Nunca apreciei muito o feijão frade.
De resto, pode ser feijão ao almoço, feijão ao jantar, feijão com arroz, feijoada com carne, feijoada de choco, sopa de feijão ... Feijão Branco, Feijão Preto, Feijão Catarino, Feijão Manteiga, Feijão Vermelho...
É uma perdição por feijão!